NÃO QUERO SER CORDELISTA
      Lucarocas a Arte de ser
 
Não quero ser cordelista
Qual somente por um dia
Quero ser real artista
No construir da poesia
Para ter a minha arte
Circulando em qualquer parte
Pelo valor que ela cria.
 
Não quero só o tripé
Métrica rima e oração
Quero o cordel como é
Com a força da tradição
Que registra em cada história
As nuances da memória
Das raízes do sertão.
 
Não quero os brilhos das flores
Murchando ao calor do dia
Nem ver os grandes valores
Do encanto da poesia
Morrerem no esquecimento
Nas paredes do lamento
De quem foi poeta um dia.
 
Não quero ver meu poema
De modo artificial
Sem relevância de tema
Numa rede social
Somente pra aparecer
Para depois me dizer
Que eu sou fenomenal.
 
Eu quero que o meu texto
Toque em qualquer coração
E que todo o seu contexto
Haja boa construção
Que a forma da narrativa
Seja mais que a exclusiva
Rima métrica e oração.
 
Quero que o meu cordel
Seja leitura que acalma
Que ele faça o seu papel
Sem prejuízo nem trauma
E que a sua poesia
Seja sempre a alegria
Qual lenitivo pra alma.
 
Se for assim todo dia
Mostrando um ponto de vista
Veria minha poesia
Formatando um grande artista
E assim vou comemorar
E pra sempre celebrar
O dia do Cordelista.
 
Fortaleza, 19 de novembro de 2023.
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